Por milênios nossos métodos de registros de informações foram pífios, mas nossos antepassados sabiam que se um dia esquecessemos sobre como produzir fogo estaríamos fritos -- ou, na hipótese mais realista, congelados. Também sabiam que era preciso fazer marcas em algumas coisas que pudessem indicar territórios por onde perambulavam, foi assim que rabiscaram paredes de pedras em cavernas. Depois pegaram gosto por rabiscos, e passaram a contar histórias sobre caçadas. Em alguns momentos até registraram certas alucinações.
Os símbolos nas cavernas são enigmáticos, e talvez fizessem tão pouco sentido a civilizações posteriores que esbarrassem neles, quanto faz hoje para nós. A medida em que as civilizações avançavam, com o fogo e com a roda, a necessidade de algo mais elaborado, robusto e prático para registro de dados, informações e conhecimento se tornava uma gigantesca necessidade. Havia muita tecnologia nova acumulada, e muita descoberta por fazer, era preciso saber se comunicar com pessoas distantes, e com muitas pessoas ao mesmo tempo. Alguém teria que vencer os limites da fala, com algo mais do que rabiscos em paredes. Já dominávamos a agricultura, criávamos animais e construíamos nossas habitações, existiam sociedades, tribos e pequenos reinos, quase tudo, menos uma forma eficiente de registrar, por exemplo, normas sociais, ou a história de um povo.
Na Mesopotâmia, uma região que abrigava algumas civilizações no Oriente Médio, surgiu então a escrita. De uma só tacada estava inventada também a história a partir daquele momento. A informação recebia um dos mais importantes métodos de registro, coisa que veio para ficar, e deve acompanhar a humanidade por toda sua permanência no universo.
A escrita era para poucos, e os escribas eram vistos como pessoas muito importantes, estavam sempre em companhia dos nobres, pois exerciam um papel fundamental nos registros e leitura do conhecimento acumulado em tábuas de argila e, posteriormente, papiros. A técnica da escrita foi sendo aperfeiçoada por séculos, e o escriba teve que acompanhar cada avanço. Por muitas centenas de anos só os escribas tinham o conhecimento suficiente para ler e escrever, o que lhes conferia um status social admirável.
Outra atividade nobre, além de registrar informação, era a de processar informações. Alguns escribas calculavam também, mas os cálculos surgiram antes da escrita. Dominar as duas técnicas era algo que fazia de um cidadão realmente "o cara".
Duas coisas estiveram sempre entre os elementos fundamentais ao longo do desenvolvimento humano: Registrar e processar dados.
Este é um trecho do material de introdução ao curso de informática básica. Postarei outros trechos no blog, atualizando informações e fazendo correções. Em breve disponibilizarei o material completo para download e uma versão impressa a quem desejar.
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